A recuperação do comércio varejista nos primeiros meses do ano mostra-se cada vez mais consolidada no Rio Grande do Sul e no país. É o que assinala o Panorama do Comércio do RS, organizado pela Federação Varejista do Rio Grande do Sul, que analisa os números do setor em fevereiro. A exemplo do primeiro mês do ano, as compras consideradas básicas para as famílias gaúchas seguem em alta. Os dois segmentos com maiores variações positivas em compras na comparação com fevereiro de 2023 foram justamente os hipermercados e supermercados (13,2%, pouco mais de um ponto percentual acima do observado em janeiro) e o atacadista de alimentação e bebidas (12,2%, também superior a um ponto percentual em relação ao observado em janeiro).
No comparativo com os resultados do mês
anterior, o setor teve variação positiva de 0,5% no Estado, e no Brasil,
1%, o que demonstra a solidez do momento econômico para o comércio
varejista. É o maior índice já verificado em relação ao comércio varejista
nacional desde o início da série, em 2000. Desde setembro de 2022 não eram
registrados dois meses consecutivos com desempenhos
positivos.
O Rio Grande do Sul apresentou variação
positiva de 6,2% no acumulado do varejo neste ano. E quando considerado o
varejo ampliado, o volume é semelhante, de 6,1%. Os dados positivos são
amparados ainda pela estabilização, também com crescimento dos setores de
Serviços e Indústria, este último, chegando a 6,2% de crescimento no
Estado, enquanto no país, foi de 4,3% em fevereiro.
O Panorama ressalta ainda algumas características regionais específicas no comércio varejista, que não seguem a tendência nacional. Repetindo o que já se observou em meses anteriores, o segmento de livros, jornais, revistas e papelarias teve redução de 20,5% nas vendas em relação a fevereiro de 2023. Já as vendas de veículos, motocicletas, partes e peças, mesmo com alta de 8,4%, ficam abaixo dos 14,1% do Brasil.
Na análise por segmentos, porém, já há
indícios que recomendam atenção nos próximos meses e, em relação ao
comércio varejista, a necessidade de estratégias para fortalecer o setor
no Rio Grande do Sul. O comércio de combustíveis e lubrificantes registrou
queda de 4,3% no Estado, enquanto no Brasil, manteve estabilidade. Já
considerando números de março, mesmo com variação do IPCA de 0,52% em
Porto Alegre _ abaixo dos 1,42% do Brasil _, o que demonstra alta moderada
de preços, foi justamente o setor de transportes, que impacta diretamente
na logística, a responder pela maior alta na inflação local (21%), ao lado
de bebidas e alimentação, diretamente dependentes da logística, também
representando 21%.
Bem como em janeiro, o setor de comércio voltou a apresentar saldo negativo na geração de empregos formais. Desta vez, de 744 vagas. Naquele mês, eram 2 mil vagas negativas, entre admissões e demissões.