Os prejuízos da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio continuam sendo contabilizados. O setor da cultura foi um dos atingidos pelas cheias e preocupa não só os amantes por cultura, mas principalmente os trabalhadores da área.

Uma enquete realizada pela Matinal Jornalismo, Voz Cultural, Festipoa Literária e Instituto de Cultura da PUCRS que obteve 1357 respostas de profissionais da cultura demonstra que 99,3% dos respondentes tiveram suas atividades prejudicadas. O levantamento também aponta que 81,7% desses profissionais têm a cultura como sua única fonte de renda. Prédios históricos e museus de Porto Alegre como Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) e Casa de Cultura Mario Quintana foram afetados.

Por outro lado, Novo Hamburgo não sofreu nenhum dano na estrutura dos seus prédios culturais, mas sofreu sim o impacto causando o adiamento da Hamburgerberg para outubro (inicialmente previsto para maio) e a alteração do formato do Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo.

Segundo o secretário municipal de Cultura de Novo Hamburgo, Ralfe Cardoso, a sociedade como um todo foi afetada e muitos artistas, expositores e membros da equipe foram diretamente atingidos. “Além disso, outras razões foram consideradas, como a falta de clima emocional para a execução, já que é um evento que envolve a alegria e a comemoração, e a logística, que também seria dificultada devido a trajetos interrompidos”, explica ele sobre o adiamento da Hamburgerberg. A nova data, de 11 a 13 de outubro, foi escolhida devido ao clima, visto que parte da programação ocorre durante a noite. Além disso, outubro é tradicionalmente o mês do evento, voltando às origens.

Mudanças pensadas no bem-estar

O Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo (FeMusik) é realizado pela Secretaria Municipal da Cultura de Novo Hamburgo em parceria com o Instituto Arlindo Ruggeri e apoio da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo. Ele é um projeto potente, que coloca a cidade no mapa musical do país, sendo marcado pelos talentos, pelos belos concertos e pela mistura de instrumentos, sotaques e sonhos. “Na primeira edição tivemos atividades formativas, que são aulas e oficinas que têm o objetivo de aprimorar o talento e a técnica dos músicos. Profissionais de diversas regiões do país e do mundo vieram para o FeMusiK para participar desses momentos e é justamente pelo deslocamento dificultado, que em 2024, essa parte do Festival foi cancelada”, relata o secretário.

Neste ano, haverá uma programação de Recitais na Fundação Scheffel, além de um Encontro de Corais na Igreja da Ascenção, concerto do Núcleo de Orquestras Jovens de Novo Hamburgo no Teatro Paschoal Carlos Magno e abertura e encerramento no Teatro Feevale. O evento, que ocorrerá de 21 a 28 de julho, terá a Sinfonia No. 9 de Beethoven, que também comemora 200 anos em 2024. Mais informações no site: https://femusik.com/

Foto: Victor Lucas